Uma sala em especial está dando um trabalho maior para os professores da E. E. Cel. A. G., talvez por concentrar mais alunos indisciplinados juntos e isso está afetando o processo de ensino e aprendizagem, bem como o trabalho do educador. Várias tentativas feitas pelos professores para resolver o problema foram tentadas, mas não obtiveram sucesso. Alguns nomes se tornaram muito conhecidos por todos da escola em razão da indisciplina, praticamente todos os dias aqueles mesmos alunos, são retirados da sala por atrapalharem o andamento da aula. Existe um consenso em torno de um método adotado para o professor conseguir bons resultados sem muito desgaste, com a participação e o envolvimento do grupo; é bem simples e eficiente: retirando esses alunos que não querem estudar da sala. Com esta tática, as aulas acontecem com bastante tranqüilidade e os alunos participam das atividades levantando questões e esclarecendo dúvidas.
Não podemos retirar aluno da sala, temos que trabalhar com todos e passar o conteúdo programado. Para a maioria me incluo nela, a situação fica cada vez mais difícil e a sensação de impotência aliada à incompetência por não dominar a sala com a presença desses alunos, vai desestimulando o educador, a insistência para solucionar o problema mina a energia e desmotiva.
Acredito que deve existir alguém que possa encontra soluções para tais dilemas contemporâneos, todas as sugestões são bem-vindas. Não consigo aceitar essa situação por isso abro espaço para o registro e conseqüentemente ao pedido de ajuda a fim de continuar tentando resolver ou entender este dilema que nos persegue.
Conversei com outros profissionais sobre o assunto e levei o problema para o Curso de Docência no ensino Superior, o qual faço parte como aluno, solicitando ajuda, o que foi muito produtivo, pois tentarei aplicar um dos métodos sugeridos que também é objeto de estudo de pesquisadores, entre os quais tenho o privilégio de tê-los como meus professores e neste momento como orientadora para a produção de texto, parte das atividades complementares do curso, sito a professora Dr. Ana Maria Sanches Varella.
O fato de estar escrevendo a respeito de questões pertinentes ao meio em que vivo, motiva, inspira e torna o trabalho relevante, aplico a interdisciplinaridade assunto tratado no curso. Gosto de trabalhar sabendo que a produção terá um alcance maior do que a simples avaliação. Ter uma utilidade, um sentido como as ações interdisciplinares, para dar sentido e emoção ao trabalho que faz parte do meu dia-a-adia. O curso provocou e levou a reflexões acerco do universo escolar de maneira que agora fica difícil permanecer quieto diante de situações conflituosas e que possam prejudicar o trabalho docente.
O método que pretendo experimentar consiste em conhecer um pouco a vida dessas pessoas fora da escola, o que fazem, o que gostam, quem são seus amigos, sua relação familiar etc, para procurar entender os motivos que levam a agirem com tanta indiferença e falta de compromisso com as questões escolares. Não pretendo questionar nem discutir a vida de ninguém, não é esse objetivo, tampouco teria competência para tal, a intenção é melhorar o relacionamento, conhecer melhor os alunos e fazê-los perceber que são importantes e nos preocupamos com eles.
Será um trabalho que aparentemente não tem ligação com os conteúdos estipulados no plano de ensino em primeiro momento. Busca-se a atenção desses educandos, depois conscientizá-los de que são pessoas presentes e envolvidas no mundo e na comunidade, capazes de fazer qualquer coisa que desejem dentro das possibilidades reais, resgatar a auto-estima e dar esperança de uma vida melhor.
Começarei contando a minha história para mostrar que minha realidade é igual a deles, não precisam esconder nada e em que nível deve ser conduzida a conversa, depois permitir que contem as suas histórias procurando criar um clima de confiança e amizade em que todos podem falar e serem ouvidos, já que o que fazem na sala é falar, essa iniciativa, tem o propósito de dar voz aos alunos para que se assumam como seres integrados na sociedade com direito a pensar e expor o pensamento. Talvez assim possamos travar um diálogo onde haja o respeito pelo outro, a aceitação de opiniões opostas, o cumprimento de normas que forem acertadas por ambas partes, para depois retomar o processo de ensino com sentido e entendimento dos conteúdos programados.