É complicado classificar um profissional, principalmente de uma forma tão simplista numa época em que a inclusão social é a palavra da vez, mas, em prol da qualidade e aperfeiçoamento da educação, tudo que possa contribuir para sua evolução é válido, desde que não fira nenhum princípio de valor humano.
Um bom professor universitário precisa conhecer a história anterior de seu público para entender seu comportamento atual. Conhecendo as origens e o lugar de onde seu aluno veio, ele pode planejar as atividades de maneira que atenda melhor suas necessidades facilitando inclusive esse relacionamento.
Para o professor, não basta o conhecimento específico da disciplina, ele deve se aprimorar continuamente e acima de tudo dar sentido aos conhecimentos que o aluno usará na vida.
No ensino superior, cujo foco é a profissionalização, a busca do mercado de trabalho, mostrar os valores humanos para um bom relacionamento na esfera trabalhista contribuirá significamente para a evolução funcional.
O público que entra na universidade vem de diversas formações; de escolas particulares, públicas, pessoas que ficaram anos fora da escola, que não tiveram a oportunidade de estudar no tempo regular e fizeram supletivo atual EJA (Ensino de Jovens e Adultos), pessoas que desejam obter uma segunda graduação, recém saídas de cursinho e estas pessoas podem estar na mesma sala. Portanto quanto mais informado a respeito deles e das condições de sua formação, mais êxito o professor obterá.
Entrei em contato com as várias fases do processo de ensino e aprendizagem, do particular ao público, faixas etárias e consigo perceber as principais diferenças conforme a idade, a região em que a escola está situada, lecionando na pré-escola, no ensino fundamental ciclos I e II, ensino médio com alunos de escolas particulares e públicas, experimentei, a Escola de Tempo Integral, ensino superior, cursos livres de media e curta duração, terceira idade, Ensino de Jovens e Adultos (supletivo), e me deparei com situações diferentes em cada um deles. Na maioria das vezes, em cursos como este que concluímos, ouço depoimentos de experiências bem sucedidas, algumas relatadas durante os nossos encontros.
É muito bom saber o que está dando certo, mas o que percebi também é que os relatos das situações problemáticas, das dificuldades, podem contribuir com o entendimento do universo com os quais podemos nos deparar e nessa hora essas informações iluminam pontos obscuros. Eu prefiro discutir as dificuldades encontradas decorrentes das nossas práticas numa situação controlada, do que ouvir os pontos positivos as ações bem sucedidas originadas em outras esferas espaciais com públicos que vivem outras realidades. Discussões assim, podem ser mais úteis pois na ação real a situação é um pouco diferente, o que ocorreu nesse curso Docência no Ensino Superior.
Não é porque nos concentramos em apontar as dificuldades, os problemas enfrentados, que não realizamos e obtemos sucesso, pelo contrário, demonstra a preocupação em aperfeiçoar as questões que estão impedindo o êxito pleno. Todos já sentiram o sabor do trabalho bem sucedido e das tristezas nas atividades que não deram o resultado esperado. Passei por maus bocados no ano de 2008 e fui infeliz numa sala considerada problemática, compartilhada e discutida com os colegas e professores do curso.
Como o capítulo se refere ao perfil do bom professor universitário, consequentemente ele precisa estar informado de algumas realidades que seu aluno poderá se deparar, levando a discussão para a sala de aula.
Um bom professor planeja e dá sentido ao conteúdo transmitido em sala. Aliado a uma boa estrutura, o resultado beira a perfeição. Quando estamos no plano teórico, parece que tudo tem solução, obviamente é porque estamos calmos, com tempo para analisar, pensar e concluir, ainda no plano teórico. Muito diferente do campo de batalha, onde as coisas acontecem num piscar de olhos e a resposta precisa ser dada instantaneamente, e dependendo da situação o emocional interfere na solução ou na resposta.
Um bom professor, seja universitário ou não, está preparado para conduzir sua aula, mesmo que as cópias solicitadas pautadas naquela aula destinada e custeada pelos alunos não foram entregues, nem o equipamento áudio visual, solicitado com antecedência para apresentar aquele material, alugado as duras penas não foi instalado.
O lugar onde encontro os maiores problemas está na esfera pública. Lugar de grandes experiências e aprendizagem.
Um número aparece na história da humanidade e se firma no sentimento espiritual e material. É o 3 (três), da Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo de um lado e na mais básica estrutura da engenharia na forma do triângulo, do apoio triplo, o conhecido tripé, o melhor estrutura de sustentação. Aprendemos bastante olhando e entendendo a sabedoria da natureza sempre usada como referencial. A eficácia do sistema educacional, pode estar no tripé, professor, família e sociedade tendo o governo como representante do último item.
O professor pode e está fazendo a diferença. Precisa ter consciência que educação é um processo longo e complexo. O aluno antes de ingressar no ensino superior, bem como seu professor, passaram por vários estágios. No ensino superior o professor ao receber esse aluno que pode se tornar um educador, tendo conhecimento do que ele vai encontra em algumas instituições, discutirá os fatores que farão a diferença no momento em que começar a atuar, por isso traçarei algumas questões presentes na sala de aula a maioria na forma de lamento, causadoras de desânimo e normose. Esperando que sirvam como instrumento de esclarecimento para as aulas. Pode aparentar uma forma de reclamação, de desculpas dadas pelos profissionais que estão na ativa para justificar a falta de empenho e dedicação, independente de qualquer julgamento é importante que seja registrado, pois é uma realidade vivida por muitos profissionais da rede pública, mantida apenas na linguagem verbal.
Como esclareceram nossos mestres, se não registrar (escrever), é como se não existissem, então o negócio é abrir a boca e anotar.
Vamos lá. No início do ano letivo, os professores tem mais tempo para ficarem
juntos por causa do planejamento, discutem várias coisas entre elas suas condições de trabalho.
Ao acreditar no trabalho que está sendo realizado, ficamos mais exigentes e nos preparamos para o dia-a-dia. Então quando lemos as notícias relacionadas com a nossa prática, ficamos mais perceptivos e críticos quanto as responsabilidades.
Na sala de aula temos que dar conta da missão não importa o que aconteça. Ouvindo e acompanhando as dificuldades encontradas, em favor da qualidade e inovação, os recursos necessários para conduzir a aula são adquiridos pelo próprio professor. Preocupado em levar a informação para o aluno, o professor opta pela fotocópia no caso de texto, eliminando a tarefa penosa em que escreve na lousa, espera os alunos copiarem, para depois iniciar as explanações, operação quase impossível nas escolas públicas. O uso das tecnologias facilitadoras é um luxo para poucos. Quando encontramos uma que a possui, existe grande concorrência já que são muitos para apenas um equipamento. A não ser que cada um leve o seu equipamento.
Quando o material didático é instituído, vem com erros grosseiros, e com as aulas já em andamento, sem garantias de continuidade, cada gestão faz as modificações que lhe convier. Não existe regularidade na manutenção desse material. Quem se encontra comprometido com o processo de ensino e aprendizagem, planeja com seriedade suas aulas e depois faz o planejamento exigido pelo estado, sem acreditar na seriedade de suas solicitações. Na maioria das vezes o conteúdo exigido pelo governo, está distante da realidade da comunidade em que é aplicado. Os cadernos usados atualmente (2008/2009), comprovam o distanciamento dos membros responsáveis por sua elaboração.
Os professores que não dispõem de recursos financeiros para gerir as ferramentas, equipamentos e outros meios como jornais, revistas etc., são tachados pejorativamente de “GLS”, só sabem usar giz, lousa e saliva.
Ainda bem que a vocação fala mais alto, tornando-o um verdadeiro herói, responsável por manter o sistema educacional vivo, sem eles a educação já teria falido.
Nesse cenário sua arma é a sua formação, o seu conhecimento. Todas as informações devem estar a disposição e discutidas principalmente nas atuações práticas, onde a ação acontece.