quarta-feira, 23 de abril de 2008

Rumos da educação

Vou descrever o que está acontecendo na Unidade de Ensino a qual me encontro atualmente para saber se é um fato isolado ou se este tipo de problema também está acontecendo em outras escolas. O objetivo é analisar e discutir os acontecimentos e a prática escolar a fim de encontrar soluções que possam resolver ou pelo menos aliviar o problema.
Da mesma maneira como as pessoas mudam e o mundo se transforma, nossos educandos também mudam e se transformam numa velocidade cada vez maior. Os meios de comunicação como a tevê, a informática e a Internet, são as principais influências. Faço esta colocação para lembrar o que foi usado no passado, comparando métodos adotados por educadores que viveram outras épocas e não estão surtindo mais efeito em nosso tempo, portanto carecem de inovações. Muitos métodos de ensino estão à disposição e são conhecidos por todos. Acredito no método pessoal, no método em que cada um conhece, domina e deve ser usado no contexto em que foi inserido, (falarei a respeito mais adiante). Não sou contra as pedagogias consagradas nem irei discuti-las neste momento, só quero alertar para a mudança necessária, incluindo novos métodos ou adotando antigos, adequando ao momento em que estamos vivendo.
Como protagonistas vivenciando esta era de mudanças, precisamos encontra soluções novas para enfrentar essa realidade.
Para uma minoria de alunos, parece não existir mais ninguém além deles, procuro conversar, orientar, saber o que está havendo e simplesmente o aluno ignora não dá a mínima para o que se diz, continuam conversando como se estivessem no intervalo, tentam-se várias maneiras para fazer o educando perceber o sentido dele estar ali na escola, em vão! Falam sem constrangimento que não pretendem fazer nenhuma atividade e não fazem, o pior é que atrapalham os colegas que desejam estudar, tentam prestar atenção às explicações e são prejudicados por esse grupinho. Muitas tentativas são feitas para entender o que eles desejam, experimentei estratégicas diferentes que possam despertar-lhes o interesse, assuntos do dia-a-dia que eles possam gostam, até agora não surtiu efeito. Continuam destruindo a escola literalmente, com pichações, quebrando vidros, portas, brigando, etc. E agora com agressões, como a observada na última sexta-feira contra uma colaboradora (bedel). Será que acontecem situações como esta em outras escolas???
No jornal matutino do SBT às 6:40h do dia 22/04/08, assisti uma reportagem sobre violência nas escolas e uma aluna declarou: - “Eu saí da outra escola por causa da insegurança, e aqui está igual.” Houve um aumento de 40% nas denúncias referentes a violências feitas por escolas públicas este ano.
As crianças estão procurando uma escola que as recebam com dignidade para estudar e não estão encontrando. Quem deveria ter proteção, respeito e atenção, está sendo excluído, discriminado. Os bem intencionados estão sendo conduzidos a contra gosto, para o lado mal, perverso. Não é tarefa fácil educar quem está disposto. Imagine ensinar uma pessoa em determinado tempo quando não deseja?
A rebeldia desses alunos pode ser um grito de protesto que ainda não deciframos, podem querer mudanças e não sabem de que tipo nem qual, o certo é que protestam contra uma situação que não atende seus interesses. Eles não sabem, mas nós sabemos, e deveríamos nos unir a eles. Os anseios deles são nossos, estão clamando por melhores condições de ensino, estrutura para uma aprendizagem envolvente e eficaz, liberdade para aprender, oportunidade de escolha, alegria e encantamento ao descobrir novos caminhos.
Para efetivar essa realidade, basta confiar e dar condições a cada educador para ele cumprir sua função. Esta é a nossa luta e nossos alunos estão dando a dica. Alguns ainda não perceberam, mas eles com essa atitude já estão lutando por nós. Vamos juntos levantar essa bandeira e apoiar a iniciativa para uma educação moderna de qualidade. Os problemas são muitos, as dificuldades maiores ainda, é uma luta pelo bem do País. Cabe a nós que estamos no campo de batalha, conscientes dos reais problemas, encontrar e testar caminhos para conduzir a nação para uma vida digna.
Os educandos não acreditam nos conteúdos ministrados na sala de aula, porque não percebem o real valor daquilo que lhes é apresentado, nem sua importância para o dia-a-dia.
Para eles o ensino é uma informação subjetiva.
Eles vão encontra sentido nas disciplinas no momento em que o educador apresentar sua aplicação prática no mundo em que ele atua.
Os professores também estão numa luta sem sentido, sem valorização e sem estrutura.
Vamos valorizar o sentido da nossa prática como educadores, participando deste projeto que visa atender as necessidades dos educandos e dos educadores em prol de um ensino que proporcione o prazer ao ensinar e ao aprender.
O projeto foi dividido em etapas, é aberto a todos os interessados em colaborar com sugestões ou críticas. Nesse momento o texto com os tópicos ou para quem preferir, as “reivindicações” está em processo de construção, em breve uma parte estará disponível e após sua conclusão final apresentaremos aos órgãos responsável para dividirmos a responsabilidade do sucesso ou fracasso do ensino no Brasil. Com estrutura, liberdade de atuação, verba para unidade de ensino realizar os projetos, número respeitável de alunos por sala, formação, especialização, divisão das tarefas, envolvimento da família, compromisso do aluno e remuneração digna para os educadores, atingiremos bons resultados.
Nesta empreitada venceremos com união, estratégia, fundamentação e persistência.
Desde já, cada um pode começar a se preparar munindo-se de informação para umas aulas especiais a serem ministradas no mês de setembro deste ano (2008), com o objetivo de conscientizar alunos, pais e comunidade em geral sobre as obrigações dos vereadores, deputados federais e estaduais, senadores, ministros e secretários, legislando em causa própria recebendo belos salários, deixando a população com o mínimo para sobreviver, esvaziando os cofres públicos descaradamente, generalizando a corrupção, entre outros itens a serem abordados nas aulas. Será uma forma civilizada de atuação com o propósito de incomodar os políticos, lembrá-los de suas responsabilidades, colocando os temas transversais e interdisciplinares que eles esqueceram como Ética, Moral, Bons Costumes, Cidadania, Humanidade, Respeito, Meio Ambiente, Justiça, Direitos, Deveres entre outros.
No dia 22/04/08 às 6:35h, o jornal do SBT mostrou policiais ensacando, mais de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) encontrados na casa do prefeito de Juiz de Fora MG, dinheiro que deveria ser usado em beneficio da comunidade. Para não perder o cargo, antecipou suas férias. Eles fazem as leis para se beneficiar delas, como fez esse prefeito.
Somos responsáveis por esta situação se não agirmos.
Sua participação será decisiva neste projeto que visa o nosso bem.

E-mail:
denisquadrinhos@gmail.com
nosso canal de comunicação:

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Em busca de soluções

Caros colegas professores
Pelas atitudes dos nossos governantes, é possível perceber a falta de interesse e o descaso com a educação. Os motivos podem ser muitos, porém o mais importante e que todos já conhecem, é impedir o surgimento de uma população crítica, disposta a enfrentar e defender seus ideais, pois no momento em que podem ler, informar-se a respeito de seus direitos, sabendo quais os deveres dos parlamentares podendo acompanhar os seus trabalhos e discutir o que é bom para a população, a cobrança será inevitável, o que causará grandes problemas para os que vivem as custas do dinheiro público beneficiando-se por meio da corrupção.
Ficar a espera que o sindicato resolva o nosso problema, não adianta, incitando greves, não dá resultado, ficar parado colocando a culpa em alguém também não ajuda em nada, muito menos desabafar com o colega sem aprofundar o assunto.
Pensando em uma solução a médio prazo e que chamará a atenção dos políticos para a nossa causa, a proposta que pretendo apresentar, baseada no livro “A arte da guerra” de Sun Tzu e Sun Pin, o livro de cabeceira que eles adotaram para se dar bem em suas investidas.
Primeiro, devemos conhecer o nosso adversário seus pontos fortes e fracos, o que ele pensa, como age, seus objetivos e suas estratégias. Tudo isso sabemos. Agora é hora de montarmos a nossa estratégia, fazê-los perceber a nossa força e agir com o intuito de incomodá-los.
Como isso é possível? Simples. Usaremos a Internet como nosso “Quartel General” (QG) para discutir nossas ações. Sugiro o mês que antecede as eleições para dar início ao plano de ataque sem danos a população, ao educando e muito menos ao nosso bolso.
Já pararam para pensar no tempo que os políticos tem para dar o seu recado aos seus eleitores? E como isso repercute na cabeça das pessoas? Pois é. Temos muito mais tempo que eles e podemos usar esse tempo para conscientizar os alunos, pais e comunidade em geral a respeito do que o governo deveria fazer para atender melhor a população, explicando porque as escolas estão sucateadas deste jeito, porque falta material para os alunos, o que é corrupção, quem são os corruptos, quanto de impostos é arrecadado, como é empregado, o que o governo gasta, quanto ganha cada parlamentar somando todas as verbas com assessores, transporte, moradia, xerox, telefonia, ajuda de custo com alimentação, viagens, etc., comparando com o salário que os pais ganham para passar o mês, além da falta de trabalho que assola o país, fica claro que estamos caminhando para a linha da miséria. O nosso trunfo é o da comunicação direta com as pessoas, se os políticos usam a palavra para convencer, nós também podemos e devemos usar, para clarear a mente de nossa gente, contra os que estão dirigindo e mal o nosso destino.
Todos nós professores independente da disciplina, entraremos normalmente na sala para passar a mensagem de conscientização. O tema das aulas: os deveres não cumpridos de nossos governantes e a falta de vontade em resolver os problemas que nos aflige. O descaso com a saúde, com a segurança, moradia, trabalho, e principalmente com a educação. Passaremos a discutir estas questões, apontando culpados quando houver, só parando, quando nossas reivindicações forem atendidas. Em primeira instância podemos ficar durante o mês de setembro inteiro para saber o quanto o governo está disposto a dialogar e resolver o problema. Enquanto isso faremos um texto em conjunto solicitando melhores condições de trabalho.
Desde já agradeço os colaboradores que puderem enviar sugestões para elaborarmos as aulas de conscientização, e propostas para melhores condições de vida e de trabalho que comporão o dossiê.
Gostaria de amadurecer a idéia com vocês. Vamos nos comunicar.
O endereço (QG) é redepublica.blogspot.com > E-mail: denisquadrinhos@gmail.com

Olá Professores da Rede Pública de Ensino

Estamos vivendo momentos difíceis, mas graças ao empenho de todos, o compromisso que temos com a educação, continuamos firmes com a nossa árdua tarefa de educar.
Estou assistindo nos noticiários casos lamentáveis de agressão e violência entre os adolescentes com bastante freqüência, colegas professores, que faltam às aulas devido ao estresse, ameaçados por alunos e nós estamos presenciando atitudes que não condizem com a faixa etária das crianças.
Ao longo desses últimos três anos venho observando essa mudança de comportamento dos alunos ouvindo relatos de outros professores e na maioria das vezes, esses relatos ficam perdidos no ar, ou seja, não são registrados.
A gota d’água foi a entrevista da Secretária da Educação Maria Helena Guimarães de Castro na revista veja de 13/02/2008.
Caros colegas, podemos reverter este quadro, somos em maior número, vivenciamos as situações cotidianamente e nos deixamos levar por imposições de burocratas que nunca tiveram contato com a realidade da sala de aula atualmente, e, como sempre o fazem, nos colocam contra a parede, como únicos responsáveis pela má qualidade em que o ensino se encontra. Claro que somos responsáveis na medida em que sabemos quais são os problemas e não nos manifestamos para sugerir soluções. A realidade de cada região é muito diferente de outra, não dá para adotar uma fórmula para todas, estamos lidando acima de tudo com seres humanos em formação, sabemos que cada um é único, mesmo com irmãos gêmeos um é diferente do outro, imagine o número de alunos de uma sala de aula com desejos, expectativas, interesses, personalidades e culturas para serem trabalhados em tempo reduzido, é complicado ainda mais sem estrutura. Enquanto pensava neste texto, estava ouvindo uma reportagem, no jornal Bom Dia Brasil da Rede Globo dia 27/03/08 às 7:40h, comentando as intenções do governo em investir em tornozeleiras para rastrear presos que receberão liberdade condicional. Imediatamente veio a imagem dos alunos que não tém condições econômicas de freqüentar a escola, a falta de material e as precárias condições em que se encontram. Pensei como provavelmente vocês também estão pensando, se houvesse maior investimento na educação, muitos problemas poderiam ser evitados, e não precisaria gastar tanto com a segurança e outros serviços sociais. O governo procura medidas paliativas e ignora a solução nas bases.
Lembre, como educador você é um eterno pesquisador falta armazenar fundamentação baseada em suas experiências verdadeiras para iniciar uma discussão que pode culminar em resultados positivos para todos, professores e alunos.
O poder da academia é grande, só seremos ouvidos quando entramos em seu território. E para sermos reconhecidos, temos que apresentar um documento com a linguagem que eles reconhecerão “um texto científico escrito pelas normas brasileiras e fundamentado ”. Temos as informações, somos acadêmicos, enfrentamos e solucionamos todos os dias as questões de ensino e aprendizagem. Sejamos autores e produtores registrando nossas experiências para, com propriedade, encaminhar aos teóricos e aí discutir em cima de uma realidade concreta. Como produtores de conhecimento é hora de aproveitar a ocasião e nos fortalecermos, usando os meios disponíveis, coerentes com a nossa formação intelectual e enfrentar a situação com mais objetividade, sem a sensação de desabafo ou fofoca de grupinhos isolados como vem acontecendo. Assim não nos levarão a sério. A academia só reconhece e aceita uma informação como verdadeira, na linguagem escrita. E o que temos mostrado? Está na hora de parar, refletir e agir. Cobramos uma produção de nossos alunos e não apresentamos nenhuma. Fazemos parte do cosmos, não dá para viver isoladamente, vamos nos conectar; a tecnologia está para nos servir, somos superiores a qualquer outro ser, porque temos consciência das coisas. Nossa união tem o poder da bomba atômica, mas este poder está desmontado com o egoísmo e a individualidade. Você é o problema e ao mesmo tempo a solução. Em que lado vai ficar?
“Se a cabeça não pensa o corpo padece”, dito popular que estamos vivenciando, sentindo na pele, porque não estamos pensando, me refiro a registrar os pensamentos, expor publicamente. Chega de chorar pelos cantos, lamentando ou colocando a culpa em outra pessoa (governo). É hora de agir, pensar e tirar o corpo desse padecimento.
Comece, relatando o seu dia-a-dia, suas dificuldades, deixando de ser vítima passiva, para se tornar ativa. Teremos mais chances de sobreviver se lutarmos unidos. Um meio para se chegar a isso é através de uma rede de comunicação que ligue nossos pensamentos, mantendo-nos informados. Sabendo o pensamento do colega, chegaremos a um consenso que mobilize um número maior de pessoas sérias, bem intencionadas cujo resultado renda boas idéias. A fala de um, na percepção de outro pode ampliar sua abrangência. É hora de sair do casulo (egóico) e mostrar a grande pessoa que você é, compartilhe seus pensamentos conosco.
Proponho a todos os envolvidos com a educação a produção de um material escrito (nosso documento) a fim de refletir, discutir, criticar, relatar, questionar, aprovar desaprovar em fim, registrar as questões que norteiam o ensino e a aprendizagem bem como apontar soluções que possam ir ao encontro de nossas necessidades e para tal disponibilizo o blog: http://redepublica.blogspot.com , como meio de intercâmbio e armazenamento dos textos. Sugiro uma forma de produção que contemple todos. Antes, gostaria de expor algumas possíveis preocupações referentes a essa tarefa.
Escrever não é fácil muitos estão comprometidos com mais de uma entidade de ensino o que nos sobrecarrega, dificultando a nossa produção, outros porque não possuem o hábito de escrever, receio de tropeçar na gramática ou tém medo de se expor, cada um com a sua dificuldade, é bom saber que no mínimo servirá de exercício para nos reciclar e termos a coragem de aprender com os erros, pois ele é o maior responsável pelo aprimoramento individual. Aprendemos quando aceitamos críticas encarando-as com naturalidade.
O que interessa é saber o que você pensa, sua idéia, portanto exponha sem medo de tropeçar nas palavras, ao concluir, consulte um dicionário e se precisar peça ajuda a um colega para revisar o texto, estamos sempre aprendendo lembre-se disso.
Um método didático bem interessante para iniciar a proposta.
Um de nós elabora um texto reflexivo, coloca-o a disposição do grupo. Cada um que for lendo, comenta, justificando o seu ponto de vista, concordando, discordando ou levantando outras questões, na seqüência a outra pessoa lerá os textos anteriores e com base neles, comentará e assim montaremos uma corrente (do bem) com cabeças pensantes, preocupadas com a educação e com o futuro de nossa sociedade.
Funcionará como um “Diário de Bordo” para impedir que continuemos à deriva.
Compilaremos as informações em um único documento com o nome dos colaboradores sempre disponível para todos poderem opinar livremente.
Não importa o tempo que essa atividade levará, o importante será o resultado alcançado, podendo aparecer sugestões que levem a estratégicas funcionais mais eficazes do que as greves de cunho político elaboradas pelo sindicato. Não descartando o valioso apoio legal oferecido por ele. Nosso texto (dossiê), servirá de base para possíveis negociações frente ao governo, só que agora com argumentos palpáveis e estruturados, acabando com a improvisação e o amadorismo.

A seguir divulgo a resposta dada por Gabriel Perissé acerca da entrevista da secretária na revista Veja. Se concordarem, este pode ser o nosso texto base para dar início a nossa reflexão.
Olhem com freqüência para saber como anda a nossa produção.
Abraços
Denis Basílio de Oliveira.