Estamos vivendo momentos difíceis, mas graças ao empenho de todos, o compromisso que temos com a educação, continuamos firmes com a nossa árdua tarefa de educar.
Estou assistindo nos noticiários casos lamentáveis de agressão e violência entre os adolescentes com bastante freqüência, colegas professores, que faltam às aulas devido ao estresse, ameaçados por alunos e nós estamos presenciando atitudes que não condizem com a faixa etária das crianças.
Ao longo desses últimos três anos venho observando essa mudança de comportamento dos alunos ouvindo relatos de outros professores e na maioria das vezes, esses relatos ficam perdidos no ar, ou seja, não são registrados.
A gota d’água foi a entrevista da Secretária da Educação Maria Helena Guimarães de Castro na revista veja de 13/02/2008.
Caros colegas, podemos reverter este quadro, somos em maior número, vivenciamos as situações cotidianamente e nos deixamos levar por imposições de burocratas que nunca tiveram contato com a realidade da sala de aula atualmente, e, como sempre o fazem, nos colocam contra a parede, como únicos responsáveis pela má qualidade em que o ensino se encontra. Claro que somos responsáveis na medida em que sabemos quais são os problemas e não nos manifestamos para sugerir soluções. A realidade de cada região é muito diferente de outra, não dá para adotar uma fórmula para todas, estamos lidando acima de tudo com seres humanos em formação, sabemos que cada um é único, mesmo com irmãos gêmeos um é diferente do outro, imagine o número de alunos de uma sala de aula com desejos, expectativas, interesses, personalidades e culturas para serem trabalhados em tempo reduzido, é complicado ainda mais sem estrutura. Enquanto pensava neste texto, estava ouvindo uma reportagem, no jornal Bom Dia Brasil da Rede Globo dia 27/03/08 às 7:40h, comentando as intenções do governo em investir em tornozeleiras para rastrear presos que receberão liberdade condicional. Imediatamente veio a imagem dos alunos que não tém condições econômicas de freqüentar a escola, a falta de material e as precárias condições em que se encontram. Pensei como provavelmente vocês também estão pensando, se houvesse maior investimento na educação, muitos problemas poderiam ser evitados, e não precisaria gastar tanto com a segurança e outros serviços sociais. O governo procura medidas paliativas e ignora a solução nas bases.
Lembre, como educador você é um eterno pesquisador falta armazenar fundamentação baseada em suas experiências verdadeiras para iniciar uma discussão que pode culminar em resultados positivos para todos, professores e alunos.
O poder da academia é grande, só seremos ouvidos quando entramos em seu território. E para sermos reconhecidos, temos que apresentar um documento com a linguagem que eles reconhecerão “um texto científico escrito pelas normas brasileiras e fundamentado ”. Temos as informações, somos acadêmicos, enfrentamos e solucionamos todos os dias as questões de ensino e aprendizagem. Sejamos autores e produtores registrando nossas experiências para, com propriedade, encaminhar aos teóricos e aí discutir em cima de uma realidade concreta. Como produtores de conhecimento é hora de aproveitar a ocasião e nos fortalecermos, usando os meios disponíveis, coerentes com a nossa formação intelectual e enfrentar a situação com mais objetividade, sem a sensação de desabafo ou fofoca de grupinhos isolados como vem acontecendo. Assim não nos levarão a sério. A academia só reconhece e aceita uma informação como verdadeira, na linguagem escrita. E o que temos mostrado? Está na hora de parar, refletir e agir. Cobramos uma produção de nossos alunos e não apresentamos nenhuma. Fazemos parte do cosmos, não dá para viver isoladamente, vamos nos conectar; a tecnologia está para nos servir, somos superiores a qualquer outro ser, porque temos consciência das coisas. Nossa união tem o poder da bomba atômica, mas este poder está desmontado com o egoísmo e a individualidade. Você é o problema e ao mesmo tempo a solução. Em que lado vai ficar?
“Se a cabeça não pensa o corpo padece”, dito popular que estamos vivenciando, sentindo na pele, porque não estamos pensando, me refiro a registrar os pensamentos, expor publicamente. Chega de chorar pelos cantos, lamentando ou colocando a culpa em outra pessoa (governo). É hora de agir, pensar e tirar o corpo desse padecimento.
Comece, relatando o seu dia-a-dia, suas dificuldades, deixando de ser vítima passiva, para se tornar ativa. Teremos mais chances de sobreviver se lutarmos unidos. Um meio para se chegar a isso é através de uma rede de comunicação que ligue nossos pensamentos, mantendo-nos informados. Sabendo o pensamento do colega, chegaremos a um consenso que mobilize um número maior de pessoas sérias, bem intencionadas cujo resultado renda boas idéias. A fala de um, na percepção de outro pode ampliar sua abrangência. É hora de sair do casulo (egóico) e mostrar a grande pessoa que você é, compartilhe seus pensamentos conosco.
Proponho a todos os envolvidos com a educação a produção de um material escrito (nosso documento) a fim de refletir, discutir, criticar, relatar, questionar, aprovar desaprovar em fim, registrar as questões que norteiam o ensino e a aprendizagem bem como apontar soluções que possam ir ao encontro de nossas necessidades e para tal disponibilizo o blog: http://redepublica.blogspot.com , como meio de intercâmbio e armazenamento dos textos. Sugiro uma forma de produção que contemple todos. Antes, gostaria de expor algumas possíveis preocupações referentes a essa tarefa.
Escrever não é fácil muitos estão comprometidos com mais de uma entidade de ensino o que nos sobrecarrega, dificultando a nossa produção, outros porque não possuem o hábito de escrever, receio de tropeçar na gramática ou tém medo de se expor, cada um com a sua dificuldade, é bom saber que no mínimo servirá de exercício para nos reciclar e termos a coragem de aprender com os erros, pois ele é o maior responsável pelo aprimoramento individual. Aprendemos quando aceitamos críticas encarando-as com naturalidade.
O que interessa é saber o que você pensa, sua idéia, portanto exponha sem medo de tropeçar nas palavras, ao concluir, consulte um dicionário e se precisar peça ajuda a um colega para revisar o texto, estamos sempre aprendendo lembre-se disso.
Um método didático bem interessante para iniciar a proposta.
Um de nós elabora um texto reflexivo, coloca-o a disposição do grupo. Cada um que for lendo, comenta, justificando o seu ponto de vista, concordando, discordando ou levantando outras questões, na seqüência a outra pessoa lerá os textos anteriores e com base neles, comentará e assim montaremos uma corrente (do bem) com cabeças pensantes, preocupadas com a educação e com o futuro de nossa sociedade.
Funcionará como um “Diário de Bordo” para impedir que continuemos à deriva.
Compilaremos as informações em um único documento com o nome dos colaboradores sempre disponível para todos poderem opinar livremente.
Não importa o tempo que essa atividade levará, o importante será o resultado alcançado, podendo aparecer sugestões que levem a estratégicas funcionais mais eficazes do que as greves de cunho político elaboradas pelo sindicato. Não descartando o valioso apoio legal oferecido por ele. Nosso texto (dossiê), servirá de base para possíveis negociações frente ao governo, só que agora com argumentos palpáveis e estruturados, acabando com a improvisação e o amadorismo.
A seguir divulgo a resposta dada por Gabriel Perissé acerca da entrevista da secretária na revista Veja. Se concordarem, este pode ser o nosso texto base para dar início a nossa reflexão.
Olhem com freqüência para saber como anda a nossa produção.
Abraços
Denis Basílio de Oliveira.
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