sábado, 28 de agosto de 2010
sábado, 7 de agosto de 2010
A escola tá do ca...
- "SP distribui a escola livro com palavrões"
19.05 - Título da reportagem da "Folha de S.Paulo", que revelou o caso
- "Eu achei um horror isso"
19.05 - Governador José Serra, em entrevista ao "SPTV 1ª Edição", telejornal local da TV Globo
- "Queria saber como isso foi parar nas escolas. Eu sou mãe, o senhor também tem família, filhos, netos. A gente fica até assustado quando acontece uma coisa dessas."
19.05 - Carla Vilhena, apresentadora do "SPTV 1ª Edição", na formulação de pergunta a Serra
- "Eu aliás achei de muito mau gosto. Desenho, tudo"
19.05 - Governador José Serra, na mesma entrevista ao "SPTV 1ª Edição"
- "Responsáveis por cartilhas com conteúdo impróprio serão punidos, diz Serra"
19.05 - Título de vídeo com entrevista de Serra no site do SPTV, sobre o livro em quadrinhos
(Referências retiradas do
Mais uma celeuma protagonizada pelo governo, que indica, sem conhecer o universo da comunidade escolar. Não sou contra nenhum tipo de material, pois tudo pode e deve ser usado como apoio ao ensino. Só discuto as competências para tal. Como educador e pai preocupado com a qualidade e os métodos pedagógicos usados na sala de aula em escolas da rede pública, dentro ou perto de comunidades carentes, a frente de adolescentes cuja família muitas vezes se encontra em dificuldades, tendo que se preocupar com as necessidades mais básicas como: moradia, acomodação, emprego, alimentação, sem contar com as carências afetivas, intelectuais, lazer, com a baixa-estima, entre outros problemas que faz com que o aluno vá para a escola sem esperança de uma vida melhor, muitos vão à escola, porque lá, tem merenda, já que é na escola que ele pode fazer refeições regulares, gostaria de esclarecer alguns equívocos e fornecer um pouco mais de informações para os que não conhecem a realidade da sala de aula, para os educadores que estão afastados do cotidiano escolar nesses últimos cinco anos, portanto, estão com uma imagem defasada daquilo que acontece regularmente no âmbito escolar e ainda aos produtores diretos de conhecimento, me refiro aos nossos Doutores que trabalham na esfera teórica da produção dos saberes e infelizmente, são eles que fornecem e ditam as regras que devem ser adotadas pelos gestores escolares. Logo as informações aqui, poderão lhes ser útil para entender a relação complexa que envolve o ambiente e o contato com esse público.
Para começar, seria importante mostrar aos leitores o que exatamente está escrito no livro, para que os fatos possam ser vistos e analisados a luz da imparcialidade. O leitor que não tem a oportunidade de ler o que e como está no livro, fica a mercê de pontos de vista individuais cuja justificativa mais convincente, é aquela que se apresente mais bem construída ou fundamentada. Se ele tiver acesso ao conteúdo, poderá tirar suas próprias conclusões e discernir melhor as opiniões que se apresentem.
Agora, se o jornal optar em omitir a colocação dos textos em questão, para não constranger seu público, no mínimo tem alguma coisa grave por trás dessa polêmica. Imagine uma professora lendo na sala de aula para os meninos e meninas, que possuem as mais variadas formações, ideologias, criações,etc.?
Então, vamos transcrever aqui alguns trechos, mas, se o jornal os retirar por algum motivo, deixo o endereço do blog onde o leitor poderá conferir se tudo isso tem fundamento ou não -
Os bicos dos teus seios saltam desses mamilos marrons procurando minha boca enlouquecida.
Uma vez, o marido tinha dito, resfolegante no seu ouvido, logo depois de casada, minha linda bocetinha. E ela esfriou completamente, ficou dois meses sem gozar.
A tua boca engolindo inteiro o meu cacete e o meu creme descendo pela tua garganta, para te lubrificar inteira.
Num quarto cheio de espelhos, para que você veja como trepo gostoso em você, enfiando meu pau bem fundo,
Que fala em coxas úmidas como a seiva que sai de você e que eu procurei com meus beijos e com este pau que você suga furiosamente cada vez que nos encontramos, como ontem à noite, em pleno taxi, nem se importava com o chofer que se masturbava.
A carta dizia deixo champanhe gelada escorrer nos pelos da tua bocetinha e tomo embaixo com aquele teu gosto bom.
Sou mulher limpa. No entanto me pediu na carta: não se esfregue desse jeito, deixe o cheiro natural, é o teu cheiro que quero sentir, porque ele me deixa louco, pau duro. Repete essa palavra que não uso. Nem pau, nem pinto cacete caralho, mandioca, pica, piça, piaba, pincel, pimba, pila, careca, bilola, banana, vara, trouxa, trabuco, traíra, teca, sulapa, sarsarugo, seringa, manjuba.
Semana passada o maluco me escreve: Queria te ver no sururu, ia te pôr de pé no meio do salão e enfiar minha pica dura como pedra bem no meio da tua racha melada, te fodendo muito, fazendo você gritar quero mais, quero tudo, quero que todo mundo nesta sala me enterre o cacete.
Entrei em pânico quando senti que as pessoas poderiam me aplaudir, gritando bravo, bravo, bis, e sairiam dizendo para todo mundo: “sabe quem fode como ninguém? A rainha das fodas? Eu seria a rainha, miss, me chamariam para todas as festas. Simplesmente para me ver fodendo, não pela amizade, carinho que possam ter por mim, mas porque eu satisfaria os caprichos e as fantasias deles.
Te virar de costas, abrir sua bundinha dura, o buraquinho rosa, cuspir no meu pau e te enfiar de uma vez só para ouvir você gritar.
E então leitor, o que achou? É um texto normal para ser usado sem problema?
Pois bem, esse é o material didático, escolhido pelo governo estadual, para as escolas, para ser entregue aos alunos do 3º ano do ensino médio para ser trabalhado pelos professores na sala de aula.
Agora vamos ao resumo de uma realidade, compartilhada somente pelos que estão na ativa e raramente divulgadas pela mídia.
Nós professores, temos em um espaço limitado, com aproximadamente quarenta ou mais adolescentes oriundos das mais variadas procedências, formações, etnias, gostos, preferências, desejos, opiniões, índoles, criações, etc., convivendo juntos num tempo determinado. Entre eles encontram-se os que gostam, os que não gostam, os que são obrigados, os que não tem opções porque os pais não tem com quem deixá-los, os que tem outros interesses em jogo, em fim, cada um com o seu motivo. Nesse convívio, uns poucos descompromissados, aliado a falta de interesse com o conteúdo trabalhado na hora, se desligam, e a proximidade entre eles permite a troca de informações de interesse multo. Vem a empolgação, o tom da voz começa a se elevar, chega num ponto que começa a atrapalhar as explanações do professor que precisa falar cada vez mais alto para os outros que estão interessados na aula possam ouvir, então solicita moderação no tom de voz desse grupo cujo foco não está em pauta e aí começa um conflito, um jogo de interesse entre o professor e o grupo de adolescentes tentando se afirmar e ocupar seu espaço a seu modo. Em cada sala, basta um grupinho assim para comprometer o andamento da aula que tem hora para começar e terminar, pois o professor lida com atitudes semelhantes constantemente, tentando resolver o mais breve possível, a fim de não comprometer o tempo que lhe resta de aula. São momentos parecidos com esse, que grupos assim se aproveitam para encontrar motivo, por menor que seja, para criar desordem e tumultuar o ambiente escolar. A qualidade da aula fica prejudicada quando o professor passa a mediar conflitos cada vez maiores freqüentes.
Atualmente, os educandos tem ciência de seus direitos. Já perceberam que a escola e os professores perderam a autoridade, autonomia, são responsabilizados por todas as mazelas que permeiam a educação, estão renegados a sub-classe sem nenhum respeito. Exige-se muito e não são dadas condições. As escolar se esfalfam com um quadro reduzido de funcionários, tentando dar conta do recado. Os coordenadores pedagógicos estão tão ocupados com o excesso de burocracia, é tanta papelada para preencher, relatórios para entregar geralmente para ontem, que não existe tempo para ajudar no pedagógico. Observem se tiverem a oportunidade, o interior das escolas, sua estrutura física não permite acomodar sala ambiente. Não temos apoio, o que fazemos é fruto de ações individuais, financiadas pelo próprio professor. Tirar cópias de material para enriquecer o conteúdo das aulas e disponibilizar para os alunos, permite ganhar tempo e facilita a condução das aulas, deveria ser uma prática facilitadora, mas não é. Sala de informática propagada pelo governo existe, mas, poder usá-las, é outra história.
A direção, devido às pressões de seus superiores, dificulta o registro, a divulgação das precariedades de sua unidade.
Os meios de comunicação, em doses homeopáticas, as vezes divulgam algumas notícias a respeito da vida escolar, envolvendo indisciplina, violência, e qualidade de ensino. E a educação no Brasil, sabemos, não anda bem e mesmo se tivéssemos a melhor qualidade, sempre seria possível melhorar.
Então, sem desmerecer o talento ou a veia literária do autor referido, aprendemos e difundimos a idéia que existem obras que são ícones, e que muitos conhecem e até divulgam (vide Decamerão), porém em sala de aula, temos a incumbência de verbalizar corretamente, escrever corretamente, e ao darmos opiniões podemos formá-las ou deformá-las. Então causa espanto alguém criticar severamente uma obra em quadrinhos (Dez na área um na banheira e ninguém no gol), recomendado a priori para as escolas, e em seguida vilipendiada e achincalhada; sabemos que os educandos convivem com cenas e palavras mais torpes imaginadas até nos catecismos de (Zéfiro). Só que imagina se um professor de português sugerir a leitura ainda que silenciosa do texto referido, em salas mistas e cheias do vigor exacerbado da adolescência e juventude; o que ele poderá dizer se o educando recusar-se (temos educandos evangélicos, católicos e com formação familiar), que sentir-se-ão agredidos, vão fazer chacota, ainda mais se a pessoa a ministrar tal tarefa for uma professora.
O que se sugere é que haja mais critério na seleção do que se apresenta para ser trabalhado na sala de aula; pois, se ao nos tornarmos coniventes e usuários de termos chulos; perderíamos a credibilidade e o respeito que ainda pensamos que temos, junto a direção e a família dos aducandos, aos quais nos colocamos a frente diuturnamente para falar de valores, de aspectos morais civilidade e respeito. Existem fases adequadas a cada apresentação de atividades, atitudes e vivências, só que da mesma forma que não falamos aos nossos filhos na primeira idade, como é o processo da fertilização humana (seria denso demais e de difícil assimilação), então existem textos brilhantes e menos agressivos desse autor para ilustrar os exercícios de escrita e literatura.
Se for inevitável que as palavras de baixo calão e os palavrões proliferem, que sejam nos estádios de futebol, nas brigas, agressões e no submundo da bandidagem e nas zonas do baixo meretrício.
Não sugerimos, vejam bem, que devamos tapar o sol com a peneira; falar de coisas que existem, não tão belas, não tão puras, mas saber usar o exercício da profissão de educador e a eloqüência que é peculiar ao professor, para tornar o dia a dia mais coerente com os desígnios da raça humana, do ser pensante, do racional que devemos ser!
Da mesma forma que a edição em quadrinhos, tem o seu valor gráfico e literário (já houve obras de autores internacionais consagrados), também criticadas e repudiadas; deveria haver mais critério na seleção e escolha desses materiais, e a que público se destina, faixa etária e seriação escolar.
O livro encaminhado para uso do 3º ano do ensino médio, é uma seleção de textos brilhantes e criativos que aguçam e fazem a imaginação voar; só que os textos selecionados deveriam ser lidos e pensados como material para o público a que se destina.
Para adultos ou professores com opinião e gosto por autores primorosos modernos ou não, já é
outra história; existem materiais que poderiam render mais, sejam histórias em quadrinhos ou literatura, ou qualquer outra forma de material que transforme a sala de aula num lugar agradável e repleto de bom senso.
Porque não oferecer aos professores da rede pública, que trabalham junto a comunidades, a oportunidade de selecionarem, compilarem e apresentarem materiais para o desenvolvimento das aptidões e conhecimento dos educandos. Se esses profissionais pudessem indicar, projetar e responsabilizar-se por essas inovações (que após serem analisadas, aceitas, reconhecidas e gratificadas), creio que, haveria com certeza, material mais coerente com os ciclos e com o público alvo; e o investimento seria muito menor, em vista da satisfação do mestre escolhido, valorizado e o orgulho dos educandos, que teriam próximo de si o amigo, o profissional que lutou e luta pelo reconhecimento e aceitação dos seus talentos!
Denis Basílio de Oliveira e João Arlindo Teixeira – arte-educadores.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Descaso pela educação
Vamos transcrever alguns trechos de um conto, do material que o Governo do Estado, acaba de entregar às escolas da rede pública.
Os bicos dos teus seios saltam desses mamilos marrons procurando minha boca enlouquecida.
Uma vez, o marido tinha dito, resfolegante no seu ouvido, logo depois de casada, minha linda bocetinha. E ela esfriou completamente, ficou dois meses sem gozar.
A tua boca engolindo inteiro o meu cacete e o meu creme descendo pela tua garganta, para te lubrificar inteira.
Num quarto cheio de espelhos, para que você veja como trepo gostoso em você, enfiando meu pau bem fundo,
Que fala em coxas úmidas como a seiva que sai de você e que eu procurei com meus beijos e com este pau que você suga furiosamente cada vez que nos encontramos, como ontem à noite, em pleno taxi, nem se importava com o chofer que se masturbava.
A carta dizia deixo champanhe gelada escorrer nos pelos da tua bocetinha e tomo embaixo com aquele teu gosto bom.
Sou mulher limpa. No entanto me pediu na carta: não se esfregue desse jeito, deixe o cheiro natural, é o teu cheiro que quero sentir, porque ele me deixa louco, pau duro. Repete essa palavra que não uso. Nem pau, nem pinto cacete caralho, mandioca, pica, piça, piaba, pincel, pimba, pila, careca, bilola, banana, vara, trouxa, trabuco, traíra, teca, sulapa, sarsarugo, seringa, manjuba.
Semana passada o maluco me escreve: Queria te ver no sururu, ia te pôr de pé no meio do salão e enfiar minha pica dura como pedra bem no meio da tua racha melada, te fodendo muito, fazendo você gritar quero mais, quero tudo, quero que todo mundo nesta sala me enterre o cacete.
Entrei em pânico quando senti que as pessoas poderiam me aplaudir, gritando bravo, bravo, bis, e sairiam dizendo para todo mundo: “sabe quem fode como ninguém? A rainha das fodas? Eu seria a rainha, miss, me chamariam para todas as festas. Simplesmente para me ver fodendo, não pela amizade, carinho que possam ter por mim, mas porque eu satisfaria os caprichos e as fantasias deles.
Te virar de costas, abrir sua bundinha dura, o buraquinho rosa, cuspir no meu pau e te enfiar de uma vez só para ouvir você gritar.
Mais uma remessa, do material didático, escolhido pelo governo estadual, que está sendo distribuída nas escolas, para ser entregue aos alunos do 3º ano do ensino médio para ser trabalhado pelos professores na sala de aula.
Sem desmerecer o talento ou a veia literária do autor referido, aprendemos e difundimos a idéia que existem obras que são ícones, e que muitos conhecem e até divulgam (vide Decamerão), porém em sala de aula, temos a incumbência de verbalizar corretamente, escrever corretamente, e ao darmos opiniões podemos formá-las ou deformá-las. Então causa espanto alguém criticar severamente uma obra em quadrinhos (Dez na área um na banheira e ninguém no gol), recomendado a priori para as escolas, e em seguida vilipendiado e achincalhado; sabemos que os educandos convivem com cenas e palavras mais torpes imaginadas até nos catecismos de (Zéfiro). Só que imagina se um professor de português sugerir a leitura ainda que silenciosa do texto referido, em salas mistas e cheias do vigor exacerbado da adolescência e juventude; o que ele poderá dizer se o educando recusar-se (temos educandos evangélicos, católicos e com formação familiar), que sentir-se-ão agredidos, vão fazer chacota, ainda mais se a pessoa a ministrar tal tarefa for uma professora.
O que sugiro é que haja mais critério na seleção do que se apresenta para ser trabalhado na sala de aula; pois, se ao nos tornarmos coniventes e usuários de termos chulos; perderíamos a credibilidade e o respeito que ainda pensamos que temos, junto a direção e a família dos aducandos, aos quais nos colocamos a frente diuturnamente para falar de valores, de aspectos morais civilidade e respeito. Existem fases adequadas a cada apresentação de atividades, atitudes e vivências, só que da mesma forma que não falamos aos nossos filhos na primeira idade, como é o processo da fertilização humana (seria denso demais e de difícil assimilação), então existem textos brilhantes e menos agressivos desse autor para ilustrar os exercícios de escrita e literatura.
Se for inevitável que as palavras de baixo calão e os palavrões proliferem, que sejam nos estádios de futebol, nas brigas, agressões e no submundo da bandidagem e nas zonas do baixo meretrício.
Não sugerimos, vejam bem, que não devamos tapar o sol com a peneira; falar de coisas que existem, não tão belas, não tão puras, mas saber usar o exercício da profissão de educador e a eloqüência que é peculiar ao professor, para tornar o dia a dia mais coerente com os desígnios da raça humana, do ser pensante, do racional que devemos ser!
Da mesma forma que a edição em quadrinhos, tem o seu valor gráfico e literário (já houve obras de autores internacionais consagrados), também criticadas e repudiadas; everia haver mais critério na seleção e escolha desses materiais, e a que público se destina, faixa etária e seriação escolar.
O livro encaminhado para uso do 3º ano do ensino médio, é uma seleção de textos brilhantes e criativos que aguçam e fazem a imaginação voar; só que os textos selecionados deveriam ser lidos e pensados como material para o público a que se destina.
Para adultos ou professores com opinião e gosto por autores primorosos modernos ou não, já é
outra história; existem materiais que poderiam render mais, sejam histórias em quadrinhos ou literatura, ou qualquer outra forma de material que transforme a sala de aula num lugar agradável e repleto de bom senso.
Porque não oferecer aos professores da rede pública, que trabalham junto a comunidades, a oportunidade de selecionarem, compilarem e apresentarem materiais para o desenvolvimento das aptidões e conhecimento dos educandos. Se esses profissionais pudessem indicar, projetar e responsabilizar-se por essas inovações (que após serem analisadas, aceitas, reconhecidas e gratificadas), creio que, haveria com certeza, material mais coerente com os ciclos e com o público alvo; e o investimento seria muito menor, em vista da satisfação do mestre escolhido, valorizado e orgulho dos educandos, que teriam próximo de si o amigo, o profissional que lutou e luta pelo reconhecimento e aceitação dos seus talentos!
João Arlindo Teixeira e Denis Basílio de Oliveira - Arte-educadores
domingo, 2 de maio de 2010
Material didático escolhido pelo Governo
Fig 01
Fig. 03
Por muito menos do que se vê explicitamente nestas imagens, os meios de comunicação teceram severas críticas, começando com a História em Quadrinhos (HQ) “Dez na área, um na banheira e ninguém no gol”, seguida da Graphic Novel de Will Eisner, apontando culpados e condenando a linguagem das HQ´s à condição de arte menor por suspeita de apresentar material pornográfico, induzindo os leitores a acreditar que as HQ´s são feitas apenas para crianças. Por isso não tiveram a preocupação de fazer a triagem classificatória, já que, segundo eles, toda HQ deveria ser dirigida ao público jovem. A HQ fora dos padrões que por engano fora incluída na seleção de obras para as bibliotecas da rede pública de ensino contendo conteúdos exclusos, linguagem de baixo nível não deveriam ser levadas a sério segundo o referencial do grupo que selecionou tal material pois, era a anomalia. Sabe-se o valor das HQ´s e reconhecimento por parte da sociedade. Para não assumir o erro, o governo coloca a culpa no veículo e fala sem propriedade. Em toda linguagem pode se encontrar material de alta qualidade ou produções baratas e que são destinados para públicos de diferentes faixas etárias. As HQ´s assim como toda e qualquer linguagem autônoma também estão sujeitas as divisões, classificações de público, idade e qualidade. A justificativa dos envolvidos, nesse momento, cai por terra e demonstra mais uma vez o despreparo da equipe do governo para lidar com conteúdos destinados ao uso em sala de aula. Erros grosseiros como esses vão se repetir, devido à falta de experiência, respeito pelos assuntos específicos que desconhecem e o mais grave por ignorar a rotina da sala de aula. Não basta obter informações sobre o funcionamento das escolas públicas e achar que conhece a rotina.
Para entender o comportamento, interesse, as necessidades e angústias que permeiam o ambiente escolar público os melhores caminhos para se chegar mais perto de resultados positivos é necessário, conforme entendimento empírico, manter contato direto e atuante com a escola pública por pelos menos 3 (três) anos de uma forma constante, envolvendo-se também com as comunidades carentes organizadas onde a grande maioria das escolas públicas está localizada.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais e o Plano Nacional de Educação enfatizam a individualidade, a autonomia e a iniciativa no sentido de
14. Assegurar a autonomia das escolas, tanto no que diz respeito ao projeto pedagógico como em termos de gerência de recursos mínimos para a manutenção do cotidiano escolar.
15. Promover a autonomia financeira das escolas mediante repasses de recursos, diretamente aos estabelecimentos públicos de ensino, a partir de critérios objetivos.
Editar pelos sistemas de ensino, normas e diretrizes gerais desburocratizantes e flexíveis, que estimulem a iniciativa e a ação inovadora das instituições escolares. (Legislação - PNE, SEC de São Paulo).
Os parágrafos acima, extraídos do projeto de lei do Plano Nacional de Educação, não se efetivam na prátcia.
Se tal material que está em controle dos professores for analisado sob a mesma ótica das HQ´s que foram criticadas, então deveria ser recolhido imediatamente e a linguagem da fotografia condenada assim como seus autores, pois como é de costume o poder público fazer, isentando-se de culpa.
Fig. 04
No material surgem closes das partes íntimas de duas mulheres entrelaçadas sugerindo uma relação homossexual figura 2, acompanhada da indicação de sites eróticos proibidos para menores figuras 5, 6, 7 e 8.
Fug. 05
Fig. 07
O uso excessivo de imagens eróticas em ambiente escolar para jovens é exposto sem nenhum critério vejam figuras 9, 10, 11, 12 e 13 retiradas do DVD Arte na escola número 05, Arqueologia da imagem.
Fig. 08Abaixo algumas das obras escolhidas que fazem parte do DVD Autorretrato, figuras 14, 15, 16 e 17.
Fig. 19
Há necessidade de esclarecer ao indicar qualquer produto ou atividade o entendimento dos fins últimos e a quem os mesmos se destinam. Aos responsáveis pela escolha do material, investigar os conteúdos com cuidado, conhecer o público alvo para evitar equívocos futuros.
O distanciamento da Secretaria de Educação, a recusa em ouvir os profissionais que trabalham na linha de frente lutando sem recursos para garantir o mínimo de qualidade, correndo de uma escola a outra a fim de ter um rendimento básico para sobreviver, tudo isso comprova o descaso do governo.
Está registrado aqui o apoio ao projeto e reconhecimento da importância do mesmo. Deixo o alerta aos sensacionalistas de plantão que procurem se informar mais a respeito do que vão falar antes de sair gritando e acusando tudo e todos, causando danos aos segmentos consolidados. É um bom projeto com variedades de estilos que está inserido na sociedade atual e cujo acesso à internet e aos meios de comunicação de massa são uma realidade comum aos estudantes acostumados com os mais variados conteúdos que a mídia oferece.